Num momento em que se vive mais um capítulo triste na história da Birmânia, vale a pena olhar para um livro notável da própria Aung San Suu Kyi, intitulado "Cartas da Birmânia" (Campo das Letras), no qual esta explica por que razão aquele é país tão especial. Um país onde as mulheres fumam e os homens usam saias. Recorde-se que a filha de Aung San, líder pró-independentista da Birmânia, foi eleita democraticamente pela NLD - National League for Democracy, no entanto, fui impedida pela Junta Militar de exercer o mandato. Vive em prisão domiciliária. Há uns anos, foi autorizada a sair do país para poder assistir aos últimos dias de vida do seu marido, britânico, que morria de cancro. Mas sob a condição que não poderia voltar a solo nacional. Aung Sun Suu Kyi ficou. Resistiu. E não voltou a ver o marido.
[Foto retirada daqui]
Adenda: A China, igual a si mesma, veio pedir respeito pela soberania da Birmânia. Esqueceu-se a China, claro, que a soberania vem da legitimidade. E que o executivo da Birmânia, no poder sem a realização de eleições verdadeiras e impedindo um candidato eleito democraticamente de ascender ao seu devido lugar, não a tem. Mas isto, claro, é quando se analisa a situação pelos olhos de regimes democráticos. Coisa difícil de compreender pela China.

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