O Senhor Palomar domina algumas línguas estrangeiras, mas sabe que demorará um pouco mais se ler o texto no original. O Senhor Palomar, embora a actualização constante deste blog o possa desmentir, tem uma vida ocupada (logo pouco tempo), e como tal, na ânsia de ler mais, lê livros estrangeiros em português, mesmo que esse texto tenha passado pelas mãos de um traidor, perdão, tradutor.
O Senhor Palomar conhece tradutores notáveis que são melhores que os escritores que estão a verter. O Senhor Palomar gosta de tradutores e admira-lhes a paciência de procurar horas e horas por aquela palavra. Tal como um autor, aliás. Nota mental: um tradutor é sempre um autor. Não é à toa que José Saramago só concebe a sua obra se analisada no conjunto da sua actividade enquanto escritor e tradutor.
Pela curta exposição, mas não só, o Senhor Palomar deseja, assim, aqui deixar o agradecimento público pela existência destes profissionais e, ao mesmo tempo em atalho de foice, deixar um apelo, um repto se preferirem, aos editores: por favor, em todos os vossos materiais editoriais ou de promoção (como newsletters), indiquem sempre o nome do tradutor. Sempre. Se não fosse o editor, não haveria a escolha daquele título, é certo. Mas se não fosse o tradutor, não havia texto. Convém não esquecer isto.
Outro dia o Senhor Palomar falará sobre a inclusão, ou não, do nome do tradutor, na capa do livro. Mas outro dia. Hoje, o Senhor Palomar está muito cansado.
Concordo em absoluto, aliás, conforme se pode ver no meu blog.
ResponderEliminarAssim de repente lembro-me da excelente tradução do J. Luandino Vieira: 'Laranja mecãnica', Anthony Burgess