sexta-feira, 24 de julho de 2009
"A Parte pelo Todo Autor", de João Luís Barreto Guimarães (Quasi Edições), por José Mário Silva
«O principal mérito de JLBG, na arriscada deambulação por uma paisagem emocional instável, é não ceder um milímetro que seja ao sentimentalismo. Em vez de pathos, um desalento que nos chega através de elipses bem trabalhadas e da sintaxe precária, sempre à beira de esboroar-se. A atenção concentra-se nos pormenores: o fato «para levar no esquife» pousado sobre a cama; a barba que continuou a crescer depois da morte; recordações felizes da intimidade (o filho, de joelhos, cortando as unhas dos pés ao pai); a SMS enviada para um telemóvel agora sem préstimo (porque nem sequer vale a pena ligar para Deus); o antidepressivo que se toma como uma «hóstia alegre», uma «unidose de euforia».
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário