O Senhor Palomar deseja deixar claro que fica satisfeito por ser considerado a sensação da blogosfera dos últimos dias, seja por inclusão ou exclusão dos dois blogues que se perfilaram para discutir o que comummente se designa de esquerda e de direita. Na verdade, estas plataformas apenas discutem o maior partido português, o centrão, mas para mais fácil compreensão, aceitem-se os ditos conceitos. Com esta afirmação, o Senhor Palomar não pretende passar a ideia de que é apolítico e vê até com bons olhos a chegada destes espaços. Contudo, o Senhor Palomar recusa-se a embarcar no diálogo esquerda / direita e sempre que alguém o acusa de não tomar posição por uma das correntes, recorda-se do episódio em que Vergílio Ferreira foi acusado de ser apolítico:
«Hoje uma moça do liceu trouxe-me Rápida, a Sombra para autografar. Disse-me:
— Gosto muito dos seus livros. Mas colegas meus, que diziam que o Vergílio Ferreira era um grande escritor, hoje dizem que não presta.
— Ah, sim?
— Dizem que o Sr. Doutor é apolítico.
— Não sou apolítico. O que não sou é comunista.
— Ou isso.»
In Conta-Corrente 1 (1969-1976), Bertrand, 3.ª edição. Entrada do dia 21.06.1979
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