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Jesusalém, de Mia Couto (Caminho), por Hélder Beja e Isabel Coutinho
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Ficamos perplexos com o título. “Jesusalém”, à primeira vista, parece ser “Jerusalém” [título de um romance de Gonçalo M. Tavares também publicado na Caminho]. Não é. Mia Couto sabia que o título podia ser complicado e hesitou - por alguma razão no Brasil a Companhia das Letras mudou o título para “Antes de Nascer o Mundo”. E o livro, que numa primeira versão terminava com a frase “Aqui está Jesusalém” (pág. 293), acabou por crescer. Mia Couto acrescentou parágrafos a partir dessa frase e deu ao romance um final mais optimista.»
Isabel Coutinho.
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E esse é talvez o mérito maior de “Jesusalém”: ser um texto pouco óbvio, que bate territórios como a infância, o poder e o sagrado com a leveza mentida de um menino que joga bola descalço. Mais uma prova de que a musicalidade e a poesia das palavras quentes de Mia Couto são o camuflado perfeito para atacar grandes questões.
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Hélder Beja.
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